terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Eu quero me salvar.

Há gritos indescritíveis em mim, que me habitam e me salvam da mais imensa solidão. As palavras, nesta pausa, deixam de ser poesia e ritmo e se restringem a apenas desabafos.Elas se fecham e sufocam. Formam quadriláteros perfeitos, da mais pura agonia. Impossível não fixar o olhos em algum ponto indeterminado, erguer a cabeça e demostrar uma força que não tem, tentando, em  um ultimo grito, se salvar.Será que terei que aceitar a viver assim para sempre? Me salvando de mim mesma, e não ganhando nada mais que migalhas?  Há a necessidade de sinceridade, de algo real. Na janela, o chá perde o aroma e o seu tom. Sentada na varanda, com o charuto habitual, é possível se ouvir o som no qual o  verso repete, na voz rouca de Maysa :  "não devo me importar com a opinião de quem nada sabe... ". Naquele momento não houve sons de violino e nem dor. O coração  diminuiu a sua pulsação, e a vida escapou entre as mãos. O vermelho vida, se ofusca, lembrando que ela é breve.A morte só é o espaço para que se torne possível (re)nascer.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Irritando

Café muito doce | Café com açúcar | Café gelado | Não conseguir me abrir com ninguém | Pessoas alegres demais | Pessoas forçadas | Não conseguir dormir minhas oito horas diárias | Não ter tempo para fazer o que eu quero | sequência de livros não terminados e filmes pela metade |  Responsabilidade | Vendedores de departamentos | Ser muito explicativa | Comida muito doce | Jogo de interesses | Pessoas que se preocupam mais com o status do que com qualquer outra coisa | Arnaldo Jabor | Sorvete de chocolate | Chocolate branco | Me iludir demais | Esperar demais | Ser ciumenta demais | Aparências | Pessoas inteligentes demais | Frases aleatórias  | Aula de química com o professor novo | Demora para responder no MSN ou SMS | Pouco caso| Desinteresse | Gente fútil | Tempo muito quente| Doente disputando com o outro para ver quem está mais doente | Que me façam explicar alguma coisa muitas vezes | Que não prestem atenção quando falo | Que não acredite em algo que digo com muita convicção  |  filmes americanos, em grande parte | Quem diz que Bossa é last week | Lugar muito cheio e barulhento | Minha mania de prestar atenção em conversas alheias| Quem faz de tudo para chamar a atenção | banalizar algo que para mim é importante | Banalizar o sofrimento alheio | Quem desiste muito fácil. | Quem só sabe reclamar | café com leite | Celulares tocando| sertanejo em geral |  Devolverem a caixa de leite vazia para geladeira | Trocarem minhas coisas de lugar | Pessoas que bebem para fazer merda |Beber demais, fumar demais, gírias demais | Conversarem tocando em mim | fast food | Menosprezar o Brasil | Preconceito | Piadas com o oprimido | Achar que tudo sempre vai dar errado |  Falsidade | Moda Caio Fernando e Lispector que nunca acaba |  Semana de provas | Segunda fase de vestibulares | Relações superficiais | Distância | Ser possessiva | ser inconstante | Minha insegurança | Piadinhas do tipo " nossa como você fala " com quem está calado | Muito mimimi | Gente idiota que guia-se por esteriótipos | Quem não sabe o que fala | Quem só sabe criticar | Trabalho nos fins de semana | Fuvest | Sentir saudades do passado quando se sabe que é impossível voltar | Pessoas bonitas demais | Chás morno | Reclamações sobre o cheiro do meus incensos | Minha mania de tentar descobrir detalhes tolos onde não é |  Sertanejo universitário | Xuxa, Gugu, Faustão | Quem não tem coragem de ser quem realmente é | músicas altas | Tipos | Meus amigos  longe | Caboclos que se acham ingleses | Falta do que falar | não entenderem quando estou brincando ou falando a verdade | ser dependente de algo/alguém | gostar de alguém. 


todas vieram para acompanhar as do irritando remova

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Love is all you need !

Quero mais romantismo, mais música calma, olho no olho, danças com o pé no chão. Quero mais flores, chocolates e bilhetes na agenda. Quero menos pormenores, mais abraços, mais sorrisos. Quero o friozinho de POA a cada abraço. Quero bossa nova de novo em mim. Quero ouvir Chico só para me lembrar de uma frase. Quero mais medo, mais atitude, mais amor. Quero o ciumes bobo, a mão quente, a mensagem de texto.  Quero mais amor. Quero realidade. Quero fidelidade. Quero a euforia do carnaval, e a calma dos dias ensolarados. Quero mais conversas longas, mais preocupação, mais verão.

"Liberdade na vida é ter amor para se prender"
        [Fabrício Carpinejar]

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

São tempos difíceis para os sonhadores

E na solta corda do tempo, 
eu me perco, 
eu me sinto.
De onde eu venho não há certezas.
E eu volto, 
Um dia eu conto o que vi.

É quase um por do sol amarelo. Uma coisa simples, julgada por muitos como pouco importante. É um suar das mãos a espera de um telefonema. São as jujubas da praça. O caminho sendo escrito, passo a passo. É o primeiro beijo, o primeiro amor. A roça. Andar descalços toda hora. As coisas mais simples, e mais lindas.

É bilhetes trocados entre aulas e escondido no caderno. É sorvete na tarde de domingo. Tocar violão para alguém. Ligações inesperadas. É ouvi dizer: Hoje me lembrei de você. É um abraço apertado. Um livro de Gabriel Marquez. Uma poesia cantada entre sorrisos. É a insegurança na troca de olhares. O carinho diário.
A preocupação.

É experimentar a solidão em conjunto. É fazer piada sem graça. A leveza dos pássaros que as vezes brota na gente. Observar a água caindo calma. Se encantar diante do fluxo na vida. Agradecer por ter convido com alguém. É amar e ser amado.

É o conforto que vem de gestos simples. A bobagem dita. O almoço em família. O natal. É ter o que comemorar. O coração desenhado há anos atrás. Os sonhos sonhados. O gosto de goiaba roubada do quintal vizinho. O andar sem jeito de um cavalo. As ondas chegando junto da praia.

É a viagem inesquecível.Chico Buarque no som. Letras que dizem sobre sua vida. Letras que lembram pessoas. É o ciúme bobo, questionável. A vontade de se tornar alguém melhor. A segurança e insegurança que nascem do nada. As perguntas fora de hora. A brincadeira de corda.

O doce, muito doce. Os fragmentos que nos marcam. O não conseguir ficar brava, nem por um segundo. São os medos compartilhados. As alegrias também compartilhadas. O medo de não ser suficiente. Fazer papel de tola. Uma peça dos clows de Shakespeare. Um filme preto e branco. Citações de Glauber.

É a alegria, que às vezes vem de leve. Há flores em mim, a primavera já chegou! As águas de Janeiro me deixaram, não o bastante,  mas o suficiente para continuar caminhado.


Caminha comigo?