quarta-feira, 25 de julho de 2012

Peço licença para existir

Andei vagando tempo, perdida entre os segundos.Muda.Lembrei de um amigo.Ele me disse, em uma tarde em jovens tocavam desafinadamente Beatles e declamavam com intensa paixão Bandeira.Disse que eu era um espírito livre, daqueles que Nietzsche falava. Falou que o preço por isso era o de sofrer pra caralho na vida. Tenho tido mais silêncio nos dias, acendo incensos e peço que minha alma se aquiete.Ando recolhida, sinto que não pertenço a lugar algum - por que  alguns nascem assim? Pensei em escrever um livro, mas não venderiam muitas cópias.Talvez em um lugar distante alguém o encontrasse perdido e resolvesse dar como souvenir a um antigo amor, dizendo: "Alguém que pede licença para existir. Quanta angústia! Deve estar a procura de algo, que não encontra nem fodendo" E não, não me encontro nem fodendo.Minha mãe, com seu amor pela história me ensinou, dentre tantas coisas, a me apaixonar pelo tempo e esperar, talvez, o desfecho imutável do destino.Posso me permitir a confiar em um destino? Será o meu bonito?  Digo-me que sou feliz, e sou. Permita-me explicar: só não sou daqui. Quantos como eu sentem-se assim? Uma vez acreditei, que estava fadada a viver e que é foda, mas o amor, a calma, a estabilidade não poderiam servir em mim. Aos poucos, caminhando na rua recheada de amoras, torno-me pequena.Peço que não me observe mais então,  também tenho o direito de sumir;